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Por: Filipe Wanderson | Dom, 15 Abr 2018

Gráfico Realmente Importa?


HISTORIA

Com o passar dos anos conseguimos atingir um ponto em que a qualidade gráfica 3D é tão alta que ficamos com dificuldade para distinguir se alguns jogos tiveram seus personagens e ambientes modelados ou foram filmados utilizando elementos reais. Ainda assim existem vários jogos 2D que fazem sucesso atualmente, então, gráfico realmente importa?

Em termos de jogabilidade com implemento gráfico, o precursor foi o Tennis For Two, apresentado em meados de 1958, programado dentro de um osciloscópio. Logo a frente surgiu o Pong, lançado em 1972 e conhecido por ser o primeiro jogo lucrativo da história. Outro game também desenvolvido pela Atari registrado em 1976, foi Breakout, que trazia uma dinâmica semelhante ao primogênito da empresa. Podemos listar também os clássicos: Space Invaders, Snake, Pac-Man, Tetris, Asteroids, Frogger, Super Mario Bros. Publicados respectivamente em: 1978, 1979, 1980, 1984, 1979, 1981, 1985. De certa forma, cada um contribuiu para a evolução gráfica dos games, além de serem lembrados por suas mecânicas simples e inovadoras para a época. Com o decorrer do tempo, mais jogos foram e estão sendo produzidos, são poucos os que se destacam a ponto de entrar para a história de evolução da área, ou seja, o mercado vai se estreitando cada vez mais. Então, para entrar nesta lista memorável, somente com muita dedicação, todavia não tema caso você queira ser um desenvolvedor, pois se possui boas ideias e está convicto de suas metas, conseguirá ser parte dessas crônicas.

Tratando-se de jogos 2D, podemos comparar com a análise estabelecida para a TV e a internet. Muitos especulavam a morte da televisão com a disponibilidade de plataformas de vídeo na rede mundial de computadores, entretanto, atualmente existem consumidores massivos para ambas. Do mesmo modo, os jogos 3D sequer ameaçam a extinção dos bidimensionais, pois a demanda por jogos simples e divertidos é altíssima e as equipes desenvolvedoras tem garantia de algumas vantagens trabalhando com jogos deste tipo como: não exige tanto conhecimento quanto 3D; menor tempo de desenvolvimento; vários Engines disponíveis que prestam suporte para esse estilo. Ideal para equipes Indie (independente), pois as facilidades atribuídas, permitem que até um grupo iniciante, colocando em prática suas ideias mirabolantes, tenha chance de vingar no mercado. Também, convenhamos que a quantidade de pessoas que possuem um computador ou console capaz de rodar gráficos atuais é significativamente baixa e essa realidade se torna ainda mais acentuada em países emergentes como o Brasil. Deste modo, sabendo que o público alvo é o que permite o sucesso do jogo, um desenvolvedor nunca poderá esquecer para quem e porque está trabalhando em um game.

Levando em consideração como fliperamas e videogames antigos supervalorizaram atualmente, podemos afirmar que os jogos 2D conquistaram várias gerações. Quem nunca passou momentos nostálgicos discutindo sobre sua experiência com os famigerados "jogos que marcaram minha infância", não compreende a satisfação que era zerar um jogo daquela era, porque o nível de dificuldade dos mesmos é um fato notável. Nos instigando a questionar se os programadores não tomavam por conta a frustação do player ao ficar estagnado em uma fase por tempo indeterminado ou queriam proporcionar uma gratificação demasiada no momento que o jogador finalizasse cada parte da sua obra. Antes que a aflição da dúvida tome conta de si, em uma outra ocasião iremos tratar e explorar mais sobre tal assunto.

Importante ressaltar que por mais recomendado que seja à uma esquipe novata começar desenvolvendo em 2D, existem alguns cuidados para que seu jogo não seja ignorado pela comunidade gamer. Por isso devemos nos inspirar com jogos recentes que souberam deixar sua marca, como por exemplo Undertale, levando em consideração que não precisou de qualidade gráfica para fazer sucesso, tendo como foco o seu enredo cativante, trilha sonora impecável e mecânicas inovadoras. Longe de mim afirmar que a arte não é importante, pois Cuphead, Hollow Knight já refutam isso de imediato, sendo que o design e quantidade de frames tornam a animação dos mesmos incrivelmente fluida, consequentemente obras bastante atrativas. O jogo Braid, participante do filme Indie Game, soube explorar com maestria tanto o aspecto visual quanto o de jogabilidade e mecânicas. Por outro lado, a simplicidade com base na diversão é um ótimo artifício para ganhar público, como podemos ver no caso do Towerfall Ascension, que traz em seus singelos pixels tamanha dinâmica que atiça a competitividade da galera, se fazendo uma escolha bem agradável para passar bom tempo disputando com os amigos. O segredo de destaque destes feitos, não se restringe apenas no que o jogo traz de diferente e sim em encontrar um ponto de equilíbrio em que as partes que compõem o jogo consigam comunicar entre si, transmitindo uma mensagem geral confortável para aquele que consome este conteúdo. Enfim, aquele que pretende criar jogos deve ater-se no questionamento sobre "o que meu jogo traz de novo?", "existe algo nele que desperta interesse nas pessoas?". Participar de eventos, palestras, pedir feedback sempre, são excelentes práticas para saber se está no rumo certo.

Todos estes fatos comprovam que investir na indústria de jogos 2D, proporciona elevado grau de retorno. Estas instâncias a favor nos mostram que o cenário está sempre pronto para acolher um game bidimensional de qualidade. A base e sustentação de um jogo está no entretenimento que o mesmo proporciona e quanto tempo ele consegue tomar a atenção de alguém. Portanto, caso sinta vontade de ser desenvolvedor no ramo, não hesite em optar por 2D, o mercado está lhe aguardando.

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Equipe Ação 2D